sábado, 6 de setembro de 2008

09-08-2008 Ocidental Praia Lusitana Nº 5 (3)

Caminha –V.P. Âncora 9km / linear
Rota dos “Fortes”


Vila Praia de Âncora

«...Antiga, como o provam os constantes achados pré-históricos e proto-históricos, Âncora deve o seu nome ao rio que, nascendo no sítio das Bezerreiras na Serra d'Arga, já nos limites da freguesia de S. Lourenço, os celtas e depois os romanos chamaram respectivamente de "Spaco" e os segundos à sua foz "Vicus Spacorum", ou seja, terra ou herdade dos "Spacos".

Este rio, cujas margens, açudes e engenhos são de extraordinária beleza, era muito mais caudaloso na antiguidade, sendo a sua foz próxima do Forte do Cão e navegável até cerca de dois quilómetros.
Sujeito a frequentes incursões de piratas marítimos, as comunidades viram-se obrigadas a refugiar-se nos vários ramos ou projecções, quer do Monte de Santa Luzia, quer da Serra d'Arga. Conforme atestam os vestígios da cultura castreja encontrados no monte da Cividade, as ruínas do Convento de Bulhente e a Ermida de S. Pedro de Varais, etc., sendo de presumir que o mesmo tenha acontecido até finais do século XVII, altura em que D. Pedro II decidiu pôr-lhes cobro, mandando construir os Fortes do Cão e da Lagarteira.

O nome primitivo de Âncora era o de "Balthazares", comemorativo de uma célebre batalha entre lusitanos e romanos (os lusitanos chamavam a uma batalha "azar" e do mesmo modo como hoje, apelidamos a esta região "Vale do Âncora", os lusitanos diriam "Vale de Azare" donde derivaria mais tarde "Baltazar", sendo a capelinha de S. Brás, ainda existente, a Igreja Matriz primitiva. Porém, e já em 563, esta povoação era chamada de Santa Maria de Vilar do Âncora, conforme se pode comprovar pela doação que o rei Suevo Theodomiro fez da quarta parte dos rendimentos da igreja ao Bispo de Tuy, doação essa que em 3 de Setembro da era de 1163 (1125 D.C.) a Rainha D. Teresa confirmou a seu filho D. Afonso Henriques. No século XIV desmembraram-se da freguesia de Santa Maria de Vilar de Âncora as de Gontinhães (actual Vila Praia de Âncora) e Riba de Âncora, tornando-se independentes.

Região notável, cheia de raridades históricas, campo vasto para os arqueólogos, com monumentos imprescindíveis para o conhecimento do período magalítico - Dólmen da Barrosa e a Cividade, perde-se a sua história na noite dos tempos …
Texto (resumo) Arquivo RTAM

Continua…

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