quarta-feira, 31 de março de 2010

Manifestação em Mondim de Basto (1)

«Salvar o Tâmega» ainda é possível!

Olá Amiguinhos

Conforme entusiástica e cívicamente planeado pela Junta de Freguesia de Mondim de Basto, decorreu no passado dia 28 de Março, uma manifestação pública contra a construção da barragem de Fridão. A concentração e distribuição de informação escrita sobre esta luta teve lugar pelas 16h00, no tabuleiro da Ponte de Mondim sobre o rio Tâmega.
Aqui foram afixados, pela Quercus, cartazes sobre a ponte e uma grande lona na margem do Tâmega que pela irregularidade do terreno demorou um pouco a ficar estendida.
Estiveram no local a TVI e RTP, entre outra comunicação, para cobertura do acontecimento neste local onde alguns Mondinenses de “gema” presentes, de coração partido olhavam estupefactos e já com saudade para aquele rio ainda selvagem perante os olhos que deixavam escorrer lágrimas salgadas sobre aquelas cristalinas águas doces.
Então, mesmo sem palavras, parece que eu lia um novo poema do "Ginho", ali no sucalco do rio:

«Neste dia, o menino agarrou bem firme com as duas mãos na pega daquele cartaz e “Rei do Mundo”, ainda de pés secos e firmes ao chão ergueu-o ao olhar da Graça, como que gritando: "Mais Barragens Não!"Quem quis, escutou a Senhora lá do alto do Farinha: "Lutai, que salvar o Tâmega ainda é possível!"...»

Ao fim de sensivelmente uma hora os defensores seguiram pelo “Caminho Velho” empedrado em direcção à praça da Via Cova, ao lado da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, onde teve lugar uma sessão de esclarecimento perante algumas centenas de Mondinenses e defensores do Tâmega, sobre as consequências e desvantagens destes projectos hídricos, com algumas acusações aos governantes e protagonistas destes negócios das 5 barragens projectadas para a Bacia do Rio Tâmega ao longo dos concelhos afectados, e muito concretamente Amarante e Mondim de Basto pelas suas especificidades. Pela vereda, demos à casa do Historiador Sr. João Alarcão e o "brinde" à defesa da causa foi inevitável.

Passava das 17.00h e tomaram da palavra como oradores, o Presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes, salientando que (...) a implantação da Barragem do Fridão provocará uma série de impactes ambientais – seja durante a fase construtiva ou ao longo da sua operação – relacionadas com a protecção e o aproveitamento de águas. Os principais impactes serão ao nível do clima, com predominância para constantes nevoeiros, os recursos hídricos, a qualidade da água, diversidade biológica, património cultural, paisagens, planeamento e gestão do território. Também interviu o Eng. Viana de Oliveira; o Eng. João Branco (Quercus-Biodiversidade) – que exclamou “Vamos lutar até ao fim! A construção ainda não é um facto consumado! A causa ainda não está perdida!”; O Dr. Amílcar Salgado (Economista-Sócio-Economia); o Prof. Dr. Emanuel Queirós (Movimento Cidadania Defesa Tâmega)/ Geomorfologia – com um discurso emocionante em várias vertentes – afirmando “Se a lei for cumprida nenhuma barragem na bacia do Tâmega será construída”.
E as abordagens terminaram com o Sr. Coronel Artur Freitas a chamar vincadamente à atenção para os riscos (...) de a acontecer uma eventual ruptura da Barragem de Fridão, provocaria uma onda que chegará à cidade de Amarante em apenas 13 minutos, submergindo grande parte da área urbana e causando imensas perdas humanas sem tempo para se salvarem!

Julgamos que esta foi uma providêncial sessão de esclarecimentos na sua própria terra e promovida pelo executivo que elegeram democraticamente para a Junta de Freguesia, que tem por obrigação de bem gerir a Freguesia e se opõe à construção da Barragem de Fridão, porque entende ser a melhor opção para a região. Está agora na consciência e quiçá, nas mãos dos Mondinenses, decidirem o que acham ser bom para eles e para o futuro de Mondim de Basto.
Para nós, do exterior desta maravilhosa região, que respeitamos as suas gentes e aprendemos com as suas tradições, seus eventos e literatura, decididamente adoramos o seu Património Natural e Edificado e veríamos com profunda tristeza tudo ficar submerso em águas paradas e estagnadas, que ao longo destes anos sempre as conhecemos selvagens e puras.

Continua...

Manifestação em Mondim de Basto (2)

«Salvar o Tâmega» ainda é possível!

(Corre-me um Rio no Peito)

Os rios elevam, ó Senhor, a sua voz



Poema de Luís Jales de Oliveira

sábado, 27 de março de 2010

Salvar o Tâmega ainda é possível!

Algumas de muitas perguntas após parecer do EIA
(Estudos de Impacte Ambiental)

(...)Passará pelo concelho de Mondim uma Linha de Muita Alta Tensão com cerca de 50 Postes, condicionando ainda mais o nosso território, e sendo negativo para a Saúde das pessoas também é desfavorável no comportamento social e uma intrusão visual, desfigurando a paisagem do nosso Monte Farinha (Sr.ª da Graça)?
…Com a construção das barragens e a inundação do vale serão eliminados centenas ou milhares de empregos, recursos da terra e fontes de rendimentos proveniente da agricultura ou de outras actividades económicas?
...Ainda está por provar que uma barragem seja um investimento que ajude a combater a pobreza, aumentar o nível de educação e a aumentar a esperança de vida das populações?
…Há alternativas à construção de mais barragens, mais baratas e com menos prejuízos para o Ambiente e para as populações?... Como por exemplo o aumento de potências das barragens já existentes, a aposta na eficiência energética, a energia solar? (...)

Fonte: J.F.Mondim de Basto

Comparece!

quarta-feira, 24 de março de 2010

13 de Março de 2010

Por : Alfredo Pinto Coelho

Há dias assim...

O sol brilha mais, os nossos olhos irradiam a luz da esperança, a voz, mais alta, para quem nos quer ouvir, diz : Não !
Passado, presente e futuro.
Memória, ideal, objectivo.
13 de Março de 2010, dia de concentração de vontades, dia de união, dia de apelo à razão - com emoção, dia de contentamento, dia de liberdade , dia para dizer :Não!
Há dias em que os lobos gritam porque não têm asas para voar, em que os peixes perguntam : e depois, como vamos atravessar esses muros de betão?, as videiras reclamam porque não sabem nadar, homens perguntam se 1,6 % de energia é assim tanto para ainda mais quererem afogar? ...
Gente das águas bravas, com canoas a rodopiar gritam : deixem-nos navegar...
Há dias de solidariedade, em que o “Rio é nosso e daqueles que vieram manifestar-se ao nosso lado..” António Aires, blogue Força Fridão;
Há dias em que o Rio dança. para nos lembrar que é na dança dos rios que há vida;

Há dias assim e o povo sai à rua: movimentos cívicos pelo Tâmega, a Quercus, a Coagret, a LPN, a associação Campo Aberto, alguns presidentes de juntas de freguesia, ambientalistas, O Bloco de Esquerda e os Verdes, cidadãos republicanos, monárquicos, da esquerda, da direita, do centro e do que eles quiserem mais...
Há dias em que o “ o grito determina... “ grande Marco Gomes – blog o Remisso;
Há dias T , de Tâmega, “ em que se penduram as razões e os lamentos..” grande Vitor Pimenta, blog Mal Maior;
Há dias em que o rio se transforma e dá voz ao poeta - Mestre Zé Maravilha :
“ Eu sou o Rio
Eu sou o ser que canta em pleno leito
e vos sussura as mensagens d`aventura,
Em mim vai um povo, meu eleito,
Nos caudais, até ao mar da desventura.”

Há dias de livros, que depois de nascidos vão direitinhos para a eternidade - “corre-me um rio no peito” - de Jales de Oliveira;
Há dias de saudade, de homenagem e de revolta e todos somos o H o 2 e o O da água do Tâmega - “ o poeta morreu..” grande, grande, compadre Jales de Oliveira ;

Há dias de festa rija !

Há dias de viver, amar e agradecer a poesia ;
Há dias de agradecer a Deus , pelo filhos que nos deu:
Ah! Grande Zé,
Ah! Grande Alfredo:
“Lágrima,
Este rio não é um rio,
Este rio é um fio de luz....
Uma lágrima sentida,
Uma lágrima vertida,
uma lágrima caída...”

Há dias que são 13 de Março de 2010.

Há dias em que somos livres e podemos gritar : Viva a liberdade !

Há dias em que, com emoção, se pode gritar bem alto, pela razão !

Por um Tâmega livre, sempre!

Obrigada, Sr. Alfredo Pinto Coelho, por esta emocionante mensagem que oferece aos "defensores" do Tâmega e ao Mundo!

Até Breve

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia da Árvore, da Floresta, da Poesia...



Canta Onde Nada Existe

Canta onde nada existe
O rouxinol para seu bem,
Ouço-o, cismo, fico triste
E a minha tristeza também.

Janela aberta, para onde
Campos de não haver são
O onde a tríade se esconde
Sem ser imaginação.

Quem me dera que a poesia
Fosse mais do que a escrever!
Canta agora a cotovia
Sem se lembrar de viver...

Poema de Fernando Pessoa

sábado, 20 de março de 2010

Já chegou a Primavera

Queridos Amiguinhos

O Dia 21 de Março assinala a chegada da Primavera e com ela toda a Natureza se renova.

Também se comemora neste dia o "Dia Mundial da Árvore e da Floresta".
As árvores, um dos principais habitats de tantas espécies, estabelecem o equilibrio da "Biodiversidade" no planeta e proporcionam estabilidade climática.
Para além de nos fornecerem oxigénio e frutos deliciosos, proporcionam sombras tranquilizantes e previnem a erosão dos solos. Quando são desvastadas, deixam de nos proteger das chuvas torrenciais em regiões montanhosas, quando elas próprias e naturalmente protegidas evitariam tantas catástrofes que infelizmente cada vez acontecem mais. O Mundo precisa que se plantem mais árvores e não que se arranquem, queimem ou cortem estas espécies da riqueza da Flora.
Lembrei-me de deixar uma sugestão aos "Amigos da Natureza e do Ambiente" que para assinalar este dia a Câmara Municipal de Matosinhos leva a efeito um programa no “Parque do Carriçal” na Freguesia da Senhora da Hora, às 10.00h, onde decorrerá uma actividade para “plantação de árvores”.
Quem quiser aderir, basta comparecer e... plantar uma árvore!

Pela nossa parte, lá estaremos com certeza.

Beijinhos da "Caramulinha"

terça-feira, 16 de março de 2010

Corre-me um Rio no Peito (Recordações do Tâmega) - A

Caros Amigos que visitam os "Passeios da Caramulinha"
Sr. Luís Jales de Oliveira

Com o autocolante "Em 2010 o nosso Coração está com o Tâmega" ainda bem colado do lado esquerdo do meu peito, foi com enorme alegria que assisti no passado Sábado, 13 de Março 2010, ao lançamento do fantástico livro «Corre-me um Rio no Peito», uma brilhante obra de Luís J. Oliveira, que nos descreve as suas recordações e faz uma sentida reflexão poetica do Tâmega que tanto ama.
Da parte da manhã, eu havia contido alguma frustação junto à Ponte de S. Gonçalo, em Amarante, durante a manifestação contra as barragens, por verificar que na luta por esta justa causa, estarem apenas presentes (que eu conheça) dois Mondinenses: Fernando Gomes e João Alarcão, do Executivo da Freguesia de Mondim de Basto.
Todavia, à noite, emocionei-me ao ver aquela grande sala do Quartel dos Bombeiros a arrebentar pelas costuras. Fantástico!
Prestava-se uma calorosa homenagem e reconhecimento àquele Mondinense que com uma simples caneta é um gigante defensor do curso natural do "nosso" Tâmega e que quer continuar a ver...«as covinhas dos calhaus na ebulição dos cachões e as suas águas cristalinas, selvagens e doces...», Luís Jales de Oliveira.

Durante o programa, preparado minuciosamente pela MONDeventos, com fotos do Tâmega a serem projectadas na tela e brilhantemente conduzido pela filha Margarida, foi duma beleza enternecedora e deslumbrante, presenteando-nos com as participações musicais fabulosas de Dinora Campos, interpretando Zeca Afonso; do pianista José António Machado; o grupo de excelentes guitarristas, a acompanhar o também excelente fadista, Manuel Faustino; a sentida declamação doutro poeta Mondinense, Nelson Teixeira da Silva, o "Nelson Barroca"; e as crianças também a declamar poemas do livro... que momento divino! E outras actuações que agora não me recordo.
Depois, aquele momento mais aguardado: o "Ginho" (como é carinhosamente conhecido pelos Mondinenses) Luís Jales de Oliveira, dirigindo-se a todos os presentes num sentido e emocionante agradecimento aos mais de trezentos Amigos, que lhe responderam com uma estrondosa salva de palmas.
Uma vez mais estremeci ao ouvir o "Hino de Mondim", interpretado pelo Grupo Coral Mondinense, com a preciosa colaboração do próprio Luís Jales. E os meus olhos humedeceram quando ouvi da sua boca proferir, entre outros, também o agradecimento público aos "Passeios da Caramulinha" pela divulgação que fazemos aos seus poemas e à sua maravilhosa Terra, nestas minhas humildes páginas na NET.

Sr. Luís Jales de Oliveira

Sabe que foi pela acção "Turística/Desportiva" do Presidente da Freguesia, Fernando Gomes, que há cinco anos nos apaixonamos por Mondim de Basto e pelas suas obras poéticas.
É já um dever para nós divulgar ao Mundo tudo o que vemos, lemos e sentimos referente a Mondim de Basto, por estas simples razões: A Terra é encantadora! As Gentes são fantásticas! A Poesia é Divinal!
Aqui lhe pedimos para que considere esta humilde família "Grandes Amigos"... para sempre!
Muito obrigada pela obra literária pura com que nos fala de Mondim e das terras de Basto.
Com o devido respeito por todos os Mondinenses e pelo que verificamos e admiramos nas vertentes Literária e Naturalista, quem dera em Portugal houvesse mais "Ginhos" e "Fernandos Brasileiros". Oh! Quem dera!


Continua...

Corre-me um Rio no Peito (Recordações do Tâmega) - B

Poemas do livro "Corre-me um Rio no Peito"

Pássaro de Fogo

Este Rio que me corre no peito,
É um pássaro de fogo perfeito,
A caminho do Sul.
Arde em chamas descontroladas,
Não cabe nas coordenadas,
Pertence ao azul!

Visão

Quando regresso, todos os dias, há uma ponte,
Um açude com moinhos e um monte,
E o meu Tâmega sagrado,
N'um golpe de asa perfeito...
Apetece-me emoldurar aquele quadro,
E dependurá-lo no peito!

Poemas de Luís Jales de Oliveira

Manifestação contra a "Barragem do Fridão" (1)

Olá Amiguinhos

Conforme haviamos prometido, respondemos ao apelo do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes, e estivemos presentes na Manifestação contra a construção de mais Barragens ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Tâmega, no caso especial da "Barragem do Fridão" que iria afectar negativamente a região de Mondim de Basto, solidarizando-nos assim à defesa desta causa.

«Barragem do Fridão, Não!»

A concentração de cerca de quatro centenas de manifestantes Activistas/Naturalistas, demonstrando as razões porque se opôem à construção de mais cinco barragens no Rio Tâmega, teve lugar junto ao núcleo arquitectónico da Ponte e Mosteiro de S. Gonçalo, da bela Vila de Amarante. Com um dia tão lindo, confesso que esperava ver mais gente presente, nomeadamente fregueses de Mondim de Basto mas, tal não aconteceu, o que deixa pena. Identificados e presentes pela luta desta causa, estavam Partidos que se reprentam na Assembleia da República, como o Bloco de Esquerda e os Verdes. Vários "Movimentos" compareceram, entre eles o GAIA, o Movimento Cívico pela Linha do Tua, Campo Aberto, Geota, SOS Paiva, Salvar o Tua e com natural destaque para a QUERCUS. Foi-me dito não estarem presentes quase nenhums autarcas, salvo o nosso amigo Fernando Gomes, da Freguesia de Mondim, bem como os presidentes de Junta de São Gonçalo e de Cepelos. Parece que a maioria dos políticos da região se alheou do problema. Se estão no cargo para defender da melhor forma o que é melhor para as populações que os elegeram, como é possivel baixar os braços e estender a toalha ao chão tão cedo?
"Tem de vir gente doutras regiões defender os interesses dos de cá! -ouvimos dizer. É lamentável!"

Mereceu-nos algum destaque as intervenções do Professor Emanuel Queiróz, do «Movimento Cidadania e Desenvolvimento do Tâmega» que afirmou que "Esta Manifestação é a Voz do Tâmega!" e das gentes não consultadas e desconsideradas pelo Governo que quer "vender" um dos seus principais recursos naturais, o Rio Tâmega, desfragmentando o seu natural curso em 6 albufeiras. Este programa, disse, é "contra-natura" e só vai sacrificar as populações e empresas produtoras de "energia com propostas alternativas" que trariam para a região um desenvolvimento construtivo e sustentável. Prestamos a devida atenção à "fascinante" intervenção do jovem Ricardo Marques, da Quercus, ao afirmar que as barragens previstas irão produzir apenas 1,6 % da energia do país e reduzir só 0,25% das importações de petróleo, não tendo inclusivé algum impacto relevante ao nível das emissões poluentes. O activista e ambientalista fez ver aos presentes que, ser forem avante, as barragens não vão gerar emprego com futuro, mas sim, "prejuízos enormes" para além duma destruição ambiental jamais reparável. Serão milhares os hectares de reservas agrícolas de actual produção significativa, como a vinha, bem como toda a "Biodiversidade" do rio e ao redor das margens que vai ficar submersa. Com os "lagos artificiais" represados ao longo do Vale do Tâmega, a qualidade da água vai deteriorar-se considerávelmente, o ecossistema piscícola será adulterado e (estremecemos por momentos!) o Lobo Ibérico, que ainda vagueia pelo Parque Natural do Alvão, deixará de poder deslocar-se para a vertente sul do Tâmega. Como nos emocionas-te, Ricardo!

Dei atenção aos cartazes afixados e dependurados para o rio e algumas mensagens eram arrepiantes para a minha sensibilidade.

Mas, deixei propositadamente para o fim a acção de luta dos «Verdes» Partido Ecológico, que têm vindo pelo país numa campanha de luta e sensibilização pelas causas de defesa do Ambiente, juntando-se a outros Movimentos, Associações, Entidades e Cidadãos comuns, na manifestação contra o Programa Nacional de Barragens. Para além da sua participação nesta manifestação contra a construção da "Barragem do Fridão", os cinquenta Activistas/Naturalistas no final deslocaram-se no autocarro que os transportou já desde Lisboa e foram a Mondim de Basto verificar com os próprios olhos toda uma região envolvente à bacia dos Rios Tâmega, Cabril e Olo que irá ficar submersa, analisando bem as causas negativas patrimoniais, paisagísticas e sociais que se irão repercutir na vida das pessoas. Foram guiados pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia, Fernando Gomes e pelo elemento da Assembleia da Freguesia e Historiador, Sr. João Alarcão, um conhecedor profundo de património edificado em Portugal e no Mundo.
Nós também os acompanhamos e queremos deixar aqui este importante registo.

Bem Hajam!

Continua...

Manifestação contra a "Barragem do Fridão" (2)

Barragem do Fridão - Será bom ou mau para Mondim de Basto?

Chamo a atenção para esta construtiva e franca opinião do Presidente da Junta de Freguesia de Mondim de Basto, Fernando Gomes:

(...) Como um grande admirador do rio Tâmega e com a responsabilidade de um autarca, preocupo-me muito em preserva-lo e venho tentando reconquistar os antigos e nos mais jovens o hábito de frequentar e valorizar o rio Tâmega. Revolto-me quando passeio pelas margens do rio ou a praticar canoagem e vejo os plásticos pendurados pelas árvores, pneus e garrafas de plásticos no seu leito, restos de merendas nas margens, açudes destruídas, moinhos em ruínas, entre outras situações lamentáveis de assistir. Sinto tristeza por tantas pessoas terem virado costas ao rio Tâmega, abandonaram-no, “disseram que está poluído, já não é como antigamente, no meu tempo via-se o fundo do poço”. Pois é meus senhores, agora que a tal barragem que se fala há tantos anos e que agora parece ser uma realidade, diz-se, “não a barragem do Fridão!!!”. Infelizmente só quando sentimos a perda é que nos manifestamos. Revolta-me essa incapacidade e passividade em valorizarmos os nossos patrimónios, fruto de um bem-estar nosso, agravando ainda esse comodismo, quando sentimos um total vazio nos autarcas que vem gerindo este concelho durante esses intermináveis 25 anos, nunca produziram qualquer som ou gesto em prol do nosso potencial natural. Reparem no Monte Farinha, desfigurado e ninguém gritou, “Não estripem o nosso Monte!!!”. Se toda aquela ferida foi em troca de postos de trabalhos, que ao menos fosse disfarçada com a reflorestação de acordo como manda a lei das explorações de granitos.(...)
Toda a crónica: http://www.jf-mondimdebasto.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=121&Itemid=44

Nota Final

Já existem em Portugal 165 grandes barragens nas bacias hidrográficas de tantos rios. Para quê mais? Para quê destruir (fazendo submergir) tanto património e beleza natural que ainda resta?Se existem outras alternativas para a produção de energia, porquê o Governo optar só por esta?Perguntem nas escolas, explicando aos jovens do amanhã, se é isto que eles querem para o futuro!?
Pela minha parte e dos meus familiares, compreendemos agora melhor as causas negativas, no que respeita às migrações de espécies piscicolas e terrestres, à destruição da paisagem, bem como especialmente à qualidade da água que abastece as populações, associando-nos na defesa desta causa e também aqui deixamos o "Grito de Alerta" que repetimos em conjunto durante a Manifestação: « MAIS BARRAGENS? NÃO! ALTERNATIVAS? SIM!»

Até à próxima.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Corre-me um Rio no Peito

No próximo sábado, 13 de Março de 2010, ocorrerá o lançamento de mais um livro do escritor e poeta de Mondim de Basto, Luís Jales de Oliveira, intitulado "Corre-me um Rio no Peito".

Recordamos doutra ocasião, algumas simbólicas e fiéis palavras de Luís J. Oliveira:

«Dizia eu, na apresentação do meu primeiro livro, que o fazia por amor a Basto – “Que me trai e que me atrai a falar do que não sei, ou saber mais do que devo – quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão?”Ora bem, parece que estão, Vossas Senhorias, irremediavelmente condenadas a aturar a desafinação do sapateiro, que teima, caprichosamente, em não largar a rabeca…»

É mais um livro que escreveu com tinta da alma, como todas as suas edições!

A poesia de Luís Jales de Oliveira é simples, fascinante e sobretudo compreensível ao comum cidadão, como nós.

Nunca nos cansaremos de a ler, reler e divulgar, porque... «Constrói-se o Mundo com pequenos nadas, no cósmico girar aos solavancos, desta vida...»

Visão

Desta meteorica fraga altaneira,
Partem sedentos os olhos quando te chamo:
Bendita sejas ó terra na Terra inteira;
Este é o ditoso Basto que eu tanto amo!
Poema de Luís Jales de Oliveira

Obrigada por tudo que aprendo, porque entendo e por entender, adoro!

Lá estaremos!

Manifestação "Barragem de Fridão, Não!"

Olá Amiguinhos

Recebemos este apelo do Executivo da Junta de Freguesia de Mondim de Basto:

Vimos convidar todos a participar no próximo Sábado dia 13, em Amarante, na manifestação pública contra as barragens.
Neste sentido, reencaminhamos o convite enviado pelo Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega para aderir a esta manifestação.

Na certeza da sua valiosa presença por esta causa, agradecemos desde já pela atenção ao nosso pedido.

Com os melhores cumprimentos

«Amigos dos Rios, da Água, da Terra e do Tâmega,

Perante o contexto absurdo, da absoluta desregulação hídrica programada pelo Estado Novo para a Bacia do Tâmega há mais de meio século, ressurgido em 2007 pelo XVII Governo constitucional de Portugal com a passagem para a mão de privados da gestão dos recursos naturais-patrimoniais da Água, da Terra e da região, estratégicos para as nossas populações e para o País, fragmentando, retalhando e aviltando o sistema Tâmega,
Uma matéria caríssima para o Tâmega - rio, vale, bacia, região e populações - decisiva para toda a Vida que nele aqui se faz,
Nos concelhos do Tâmega – de Basto (Cabeceiras,Celorico e Mondim) a Amarante – as populações antevêm e sabem dos malefícios que advirão com a perda dos rios Tâmega e afluentes (Olo, Beça e Louredo):

· a implosão dos ecossistemas ribeirinhos;
· a artificialização dos regimes hídricos;
· a extinção de espaços naturais irreproduzíveis propensos ao turismo, desporto e lazer, suportes naturais de paisagens milenares;
· a submersão de peças classificadas da arquitectura civil;
· a degradação da qualidade das águas;
· a desestruturação da relação equilibrada, auto-sustentável, entre os vários factores integrantes do «sistema hidro-bio-geográfico», que
ficarão a pender a uma escala sobredimensionada de modo ameaçador e insustentável sobre a cidade de Amarante;
· o incumprimento da Lei (1).
Em face desta brutal acção política mercenária, do Governo contra o Tâmega e as suas populações, contida no «Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico», e da manifesta incapacidade reconhecida nos órgãos do poder local (câmaras e assembleias municipais) se oporem a tal investida insustentável, o «Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega» (MCDT), no próximo dia 13 de Março de 2010, participa da manifestação pública que será levada a cabo na Ponte de Amarante, sobre o rio Tâmega, em comunhão de princípios e objectivos com a a posição publicada no Manifesto Anti-Barragem e editada na Petição «Salvar o Tâmega e a Vida no Olo».

Pelo direito à Vida no vale do Tâmega! Pelo Tâmega livre da pressão das barragens! Não ao transvase do rio Olo para a barragem de Gouvães! Não à Barragem de Fridão!
Sim ao desenvolvimento da Região!
Amarante, 27 de Fevereiro de 2010
O Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega

(1)PRIMEIRO - o leito do rio Tâmega e toda a rede hidrográfica é «reserva ecológica nacional» (REN) - Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março (Anexo I - alínea a) - número 2).
SEGUNDO - a Bacia Hidrográfica do Tâmega é «zona sensível» em virtude de se «revelar eutrófica» - Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho.

TERCEIRO - o Plano de Bacia Hidrográfica do Douro em vigor estabelece e classifica a sub-Bacia do Tâmega em:..... a) «ecossistema a preservar» - o «rio Tâmega desde a confluência com a ribeira de Vidago até Mondim de Basto e principais afluentes: rios Olo, Covas e Bessa»...... b) «ecossistemas a recuperar» - o «sector superior: desde a fronteira até à confluência do rio principal com a ribeira de Vidago», e o «sector terminal: desde Mondim de Basto, confluência da ribeira de Cabresto, à confluência com o Douro» - Decreto Regulamentar n.º 19/2001, de 10 de Dezembro (alínea n) - Parte VI).

QUARTO - as cabeceiras do rio Olo, até à proximidade de Ermelo (Mondim de Basto) é «área classificada» do Parque Natural do Alvão, onde são proibidos os «actos ou actividades» de «captação ou desvio de águas» - Decreto-Lei n.º 237/83, de 8 de Junho (alínea h) - número 1 - artigo 6.º).

QUINTO - a Bacia do rio Tâmega é «zona protegida», Lei-Quadro da Água - Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (alínea jjj) - artigo 4.º) .
SEXTO - sobre o vale do Tâmega recai a classificação de «corredor ecológico», na categoria de «zona sensível», no âmbito do Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega (PROF T) - Decreto Regulamentar n.º 41/2007, de 10 de Abril (alínea b) - número 5 - artigo 10.º)

Por todos estes motivos... lá estaremos!

segunda-feira, 8 de março de 2010

08-03-2010 Dia da Mulher

Queridos (as) Amigos (as)

Neste dia em que se lembra a "Mulher" leiam estas comoventes cartas que... Gertrudes da Costa Lobo escreveu a Camilo Castelo Branco, a 15 de Julho de 1854.

(Sábado - dez horas da manhã)

«Nunca esperei carta tua com tanta ansiedade como a que experimento desde ontem: nunca vi aproximarem-se as horas de a receber com tanto sobressalto e agitação como agora. O que me dirás? Escreves-me talvez neste momento em que eu ainda sem ter recebido a tua carta, principio a escrever-te a que deve ser a resposta! O que se passa, pois, no teu coração, que vem ecoar tão profundamente no meu? É impossível que esta hora não seja de grande peso, e de grande influência para a minha vida, porque eu sinto alguma coisa de muito estranho a dominar-me. Não poderia dizer-te precisamente o que é; porém sentindo-me ligada a ti tão estreitamente que, se o ar que respiro não é o que respiras, a vida que vivo deve ser a que tu vives, experimento ao mesmo tempo alguma coisa de tão lacerante que deve semelhar-se ao que deveria sentir, se quebrasse esta cadeia invisível que me prende a ti!... Espero a tua carta: não posso escrever-te mais, assim como não posso deixar de o fazer.»

(Às três horas da tarde)

«Compreendo-te! O meu coração não se tinha enganado! Ele devia sentir o que sentiu nessas horas que passaram. Deus, na sua bondade infinita permitiu que eu tivesse com antecipação o pressentimento da impressão que ia receber, como se quisesse - por um excesso d’amor - preparar-me para ela. E do meu coração que se ergue até ao Seu trono um louvor infinito pela força que me dá, e que parte para ti, um agradecimento imenso e profundo pela delicadeza com que procuras fazer-me ver a verdade. Eu devia compreender-te, e compreendi-te, até mesmo no que me não disseste. ”Ao teu abismo não pode já descer a mão d’alguém!” Não pode? Seja. Eu compreendo-te — acredita-o. Se a nossa correspondência deve terminar — termine, pois — não quero, nem preciso saber porquê. Não pode continuar?... Basta; não continuará. Nenhuma mulher se engana a respeito do sentimento que inspira, e das impressões que causa: eu não quero, nem tento iludir-me. Os teus versos, são a resposta à minha carta de 5ª feira — recebi-os como recebo tudo de ti; recolhi-os no coração, e guardo-os lá como guardo a crença, e a esperança d’uma vida melhor. Adeus. Acredita que em todo o tempo, seja qual for o destino que no futuro tenha de cumprir, serás para mim sempre o mesmo homem que foste desde que o teu nome me chegou ao coração: o mesmo que és neste instante em que te escrevo— aquele que ninguém ainda em ti encontrou — e por isso o sentimento que te dou, a ninguém o dei, e de ninguém o receberás.
Pelo coração sempre tua irmã »

"Os manuscritos de Gertrudes: diário íntimo e cartas de amor de Gertrudes da Costa Lobo..."
por Manuel Tavares Teles

Beijinhos da "Caramulinha"

quinta-feira, 4 de março de 2010

Caminhada pela igualdade



Amiguinhos

Tomamos conhecimento deste convite que passamos já imediatamente:

«Vimos por este meio, pedir a divulgação da actividade.

Todos somos diferentes, caminhemos pelos que são mais diferentes.

Os utentes e a Direcção da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) de Albergaria A Velha agradece.

Apareça e divulgue»

Mesmo não podendo estar presentes, não podíamos ficar indiferentes e divulgamos este Evento de Solidariedade !

Beijinhos da "Caramulinha"